A antecipação da campanha eleitoral alcançou mais uma proeza ontem à noite, durante a cadeia
do PT
(ops!) em 1º de Maio
(calma, gente, era cadeia de rádio e TV), a consolidação da imagem de uma "nova"
Dilma Roussef: a "presidenta sorridenta".
Trata-se do mais novo produto de marketing do mago
João Santana,
publicitário responsável pela eleição do "Lulinha Paz e Amor" de 2002, então ao lado do sócio
Duda Mendonça, e posteriormente pela reeleição de
Lula e a bem sucedida proliferação de seus postes, vendidos como grandes novidades no museu da política nacional:
Dilma em 2010 e
Fernando Haddad em 2012.
A "presidenta sorridenta", uma Dilma treinada e (re)plastificada, reforçou o tom de artificialidade da sua aparição com um sorriso teatralmente forçado nos 11 minutos de leitura de um discurso de autoexaltação do governo (
assista).
Sai de cena a
Dilma austera, gerentona, a mãe do PAC - imagem que por motivos óbvios não se sustentaria para a reeleição em 2014 -, e surge uma
Dilma anunciadora de boas novas, uma mulher doce, "apaixonada" pelo Brasil e pelo povo tirado da miséria.
Após prometer
"seguir na rota do crescimento com estabilidade", distribuir renda e reduzir impostos,
Dilma mandou seu recado:
"É mais do que óbvio que um governo que age assim e uma presidenta que pensa desta maneira não vão descuidar nunca do controle da inflação. Esta é uma luta constante, imutável e permanente. Não abandonaremos jamais os pilares da nossa plítica econômica, que têm por base o crescimento sustentado e a estabilidade", disse.
Este foi o terceiro pronunciamento de
Dilma neste ano em cadeia de rádio e televisão, sempre em tom de campanha eleitoral. Em janeiro ela anunciou a redução da tarifa de energia elétrica, e no dia 8 de março falou da desoneração da cesta básica.
Nas últimas semanas, críticas à condução da política econômica, rigor fiscal e aumento da inflação, além de medidas antidemocráticas e antirepublicanas do PT, pontuaram os discursos dos prováveis rivais de
Dilma nas urnas no ano que vem, o senador mineiro
Aécio Neves (PSDB), o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB), e a ex-ministra e ex-senadora
Marina Silva (#REDE).
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O que dizer de um discurso-exaltação de Dilma Roussef sobre a "presidenta" que resolveu todos os problemas do país em dois anos de governo?